Faltam 100 Dias! (e a ansiedade pro segundo filho) | Confissões de Mãe


Faltam 100 dias para o meu segundo filho nascer.
Na primeira gestação, tudo passou muito lentamente. Descobrimos a gravidez super rápido e com 4 semanas já estávamos vendo nossa pequena bolinha no ultrassom.

Tudo foi devagar. Como eu já disse nesse outro post, eu não tinha tantas responsabilidades, o que me dava tempo de sobra para ficar mais ansiosa. Passava os dias lendo matérias sobre bebês, descobri o mundo do parto normal, tive tempo de comprar um enxoval pensado minuciosamente, organizar o chá de bebê e escolher o berço dos meus sonhos (mesmo nunca usando ele depois, afinal, descobrimos somente após o nascimento que cama compartilhada é uma maravilha ).

Com 4 semanas descobrimos sua existência (e também decidimos seu nome, mesmo sem saber o sexo). Com 18, descobrimos que era mesmo um menino e que se chamaria Lorenzo. Com 34 semanas, viajei de avião sem receio algum de que o bebê nascesse antes do tempo e, logo após, fizemos o chá de bebê. Com 36 semanas, a mala de maternidade estava pronta definitivamente (mas eu havia feito várias outras combinações antes) e a levava junto comigo para qualquer passeio fora da cidade que fosse... Ah se eu soubesse que ele demoraria mais de um mês para nascer e só viria ao mundo com 41 semanas!

Todo dia era uma pressa danada para que as 24h passassem rápido e o dia acabasse logo. Eu só queria meu filho! Não adiantava me dizerem para "curtir enquanto não nasce" ou "dormir enquanto  pode". Eu só queria ele. Vivia para ele muito antes dele, efetivamente, nascer.

Essa gestação é tão diferente! Terminei os estudos, porém o trabalho nunca acaba. Ter um filho já é algo que ocupa tempo suficiente na agenda de qualquer mãe e meus dias passam da seguinte forma: Acordo, fico com o Lorenzo, trabalho, fico com o Lorenzo, trabalho, fico com o Lorenzo (x15, dependendo do dia), durmo. Não há nada de diferente e, muitas vezes, quando chega a hora de dormir, me pego pensando que "como pode já ser tão tarde se eu não fiz nada e acordei tem tão pouco tempo?".

A verdade é que o tempo corre. Se na primeira gestação eu tinha tempo de sobra, nessa eu tenho tempo "de falta". Nem mesmo tive chance de ter a mesma ansiedade da primeira gestação. Minha cabeça anda sempre tão ocupada, tão elétrica, que não me resta tempo acordada para pensar sobre a gravidez. Meus momentos mais felizes são quando ele chuta. Na gestação do Lorenzo, sonhava com ele desde o primeiro mês. Nessa, tive meu primeiro sonho hoje, faltando apenas 100 dias para seu nascimento.

Me sinto estranha. O enxoval está pronto, não falto em uma consulta ao ginecologista e toda - eu disse TODA - ultrassonografia me deixa animada. Estou mais que feliz de ter um segundo filho, inclusive era o que eu queria antes mesmo de engravidar, mas também queria ter dado mais atenção a essa gravidez. Queria que a vida corresse um pouco menos para que eu pudesse curtir cada chute enquanto converso com ele, pudesse ler um livro, dormir escutando músicas relaxantes e sonhar diversas vezes com esse bebê que ainda não chegou - assim como fiz na primeira gravidez.

Na verdade, hoje sonhei exatamente isso. Estava com 32 semanas (atualmente estamos na 26ª) e eu estava no hospital. Ele chutava tão forte, mas tão forte, que foi possível ver todo o seu contorno através de minha barriga: pés, mãos e rosto inteiro. Eu o vi... e ele nasceu. Com 32 semanas, ele nasceu. Foi estranho e engraçado, pois assim que ele nasceu, eu dei um jeito de colocá-lo de volta na barriga porque ainda não estava na hora de nascer. Talvez esse sonho tenha vindo para dizer algo!

Acordei pensando: Falta pouco tempo. De um lado, estou triste. Eu e o Lorenzo somos muito apegados. Dormimos juntos praticamente desde seu nascimento (fora as vezes que tentamos, em vão, colocá-lo no berço) e ele tem sido meu companheiro em período integral desde então. Às vezes, quando estamos indo dormir, ou apenas quando o amamento, me pergunto como farei com dois filhos. Também me pergunto se a hora de dar um irmãozinho a ele era agora. Sempre quis que meus filhos tivessem idades próximas, assim poderiam curtir juntos a infância - que foi o que eu fiz ao lado do meu irmão, um ano mais novo que eu. Por outro lado, queria mais tempo com o Lorenzo. É difícil pensar que minha atenção terá que ser dividida daqui a tão pouco tempo. É uma sensação estranha perder meu "filho único" para torná-lo meu "filho mais velho".

Talvez eu esteja pensando demais e, quando a hora chegar, eu perceba que um não "atrapalha" o tanto de atenção que dou a outro. Talvez daqui a 100 dias o Lorenzo já esteja falando tudo (estamos em 40% ainda, mas com um desenvolvimento rápido) e possamos conversar enquanto amamento seu irmão. Talvez em pouco tempo ele entenda que quem está na minha barriga é o seu próximo melhor amigo, já que as tentativas de explicar a ele, até agora, foram em vão. São inúmeras as possibilidades e estou aflita (e muito curiosa) para saber o que vai acontecer.

Resumindo tudo: Na primeira gestação, a preocupação era como ter um bebê. Eu não sabia nada, nem mesmo como trocar uma fralda. Hoje, a preocupação é como lidar com dois e poder dar a atenção que ambos precisam.

Sinto que a chegada dos "100 dias restantes" foi um baque. Estava passando tudo muito rápido... mas 100 dias? 100 dias não é nada! Do jeito que o tempo corre, isso passa em duas semanas, no máximo três. E aí meu coração aperta com o tanto de dúvidas que tenho sobre um segundo filho, desde onde dormiremos (afinal, hoje divido a cama com um homenzinho - será que é possível dividir com 2?) até o tempo disponível para cada um. A verdade é que, quando eles chegam, chegam com tudo. E é aí que esquecemos a teoria. A prática é outra totalmente diferente do que esperamos quando se trata dos pequenos.

Só esperando esses 100 dias para que meu coração deixe essa aflição de lado. E agora a ansiedade já está gritando mais alto que qualquer outra coisa. Venha, meu caçula! Teremos momentos muito felizes em breve - e outros nem tão felizes assim - mas não estarei preparada para tudo que faremos enquanto você não chegar. Então chegue logo, e me ensine como ser mãe de dois. 

Um beijo,
Verônica.
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Escrito por Verônica Ponce

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