Quando o Papai Chega: O Papel do Pai Moderno

pai presente

Percebo que várias gestantes quando se referem à gravidez usam expressões que demonstram que a gestação e a criação dos filhos são exclusivamente femininas. Claro que isso vem de uma herança histórica, já que por muito tempo os pais assumiam outras funções dentro do contexto familiar e deixavam para a mulher o cuidado com as crianças. Mas os tempos mudaram e hoje cada vez mais os pais estão participando da gestação, dos cuidados com o bebê e na criação da criança. Temos encontrado muitos “casais grávidos” e não somente mulheres grávidas. Diante disso, vamos ver a importância dessa relação pai/mãe/bebê, tanto para o desenvolvimento da criança quanto para a saúde da relação do casal.

No texto em que falamos sobre as formas de comunicação com o bebê ainda na gestação, vimos que o bebê percebe a influência que a voz que ele escuta do pai exerce sobre a mãe, já que acontecem diversas alterações hormonais e cardíacas no corpo da gestante. Além disso, é importante que o pai converse com o bebê enquanto ele ainda está no útero, porque ao nascer ele também o reconhecerá pela voz. Tudo que afeta a mãe também afeta o bebê, independentemente se é algo positivo ou negativo, as questões do casal e a forma que eles vivenciam a gravidez é uma das questões que mais mexem com as emoções da gestante.

Quando se fala em pai ausente muitas vezes cometemos o erro de achar que essa ausência é física, como em casos de separação, mas na verdade um pai ausente é aquele não contribui para o desenvolvimento do filho deixando de oferecer cuidado, atenção e não participando de datas importantes para a criança. Muitos pais que não convivem com seus filhos desenvolvem muito bem seu papel com a criança, criando espaço e momentos de qualidade entre ambos. Dessa forma, a ausência significa não estar disponível emocionalmente para se envolver com os filhos.

E quando o pai não está presente?

O símbolo da figura masculina é muito importante para o desenvolvimento da criança, na falta de um pai essa figura surgirá como um avô, ou um tio, ou alguém próximo da criança. Podendo também se exercido por uma pessoa do sexo feminino, mas que tenha em si uma figura muito forte de autoridade. Muito comumente também ouvimos falar que uma criança criada sem pai, ou que acompanha um processo de separação dos pais, consequentemente apresentará problemas de comportamento futuramente. Não existe uma regra que defina um problema de comportamento, a criança precisa de amor, afeto e segurança para se devolver e a família deve cuidar dessas necessidades.

Na minha atuação clínica já passaram por mim algumas crianças que diante da separação dos pais começaram a ter uma mudança de comportamento, problemas na escola, desobediência em casa, entre outros sintomas. O que a maioria dos casos tinham em comum era que a criança era colocada como um “juiz” da separação, sempre estando no meio das brigas e conflitos e vivenciando fortemente uma alienação parental, um outro tópico para falarmos aqui no blog.


Função paterna

A figura do pai se relaciona principalmente com a imposição de limites e regras, apresentando importante participação no desenvolvimento emocional, psíquico e social da criança, como na construção da autoestima e dos limites internos de controle, uma relação saudável entre pais e filhos melhora a capacidade de aprendizagem da criança e sua convivência na comunidade, ou seja, o papel da paternidade influencia diretamente as relações sociais da criança e na sua capacidade de investir no mundo real.

Pais na atualidade

Os tempos mudaram muito. Hoje, além de ser uma figura que representa autoridade e regras, os pais também passaram a fornecer carinho para os filhos. Vemos muitos pais que participam ativamente da vida de seus filhos, levando na escola, indo nas reuniões escolares, levando a criança no futebol, dança, entre outros, brinca com as crianças nos horários livres, prepara lanches, ensinam o dever de casa, ou seja, atuam diretamente no seu desenvolvimento e educação. Essa nova configuração do pai tem participado nas atividades dos filhos igualmente à mãe.

O pai e mãe (sempre que eu uso o termo 'pai' ou 'mãe', eu não falo das pessoas biológicas que geraram a criança, mas das pessoas que assumem essa função) são fundamentais para um bom desenvolvimento da criança, ambos se complementam em suas funções de autoridade e de cuidado e afeto. A criança precisa dessas figuras para que possa construir uma imagem positiva da convivência e da afetividade.

Photo Credit: manyfires via Compfight cc
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Escrito por Iara Borges

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