Pais não participativos ou mães superprotetoras?

pai e filho

É bastante comum escutar esse tipo de reclamação: “Meu marido não me ajuda em nada! Só chega em casa para brincar com os filhos!”. De fato, é comum ver mulheres que tomam a frente dos cuidados com os filhos, enquanto os maridos estão mais voltados a questões profissionais e pessoais.
Estive conversando sobre esse assunto em um grupo de mães do qual eu faço parte e eis que surge o contraponto para apimentar a discussão: entendemos que de fato muitos homens não são participativos, mas será que as mulheres efetivamente lhes dão essa oportunidade?

Resolvi escrever sobre isso, pois observo que muitas mulheres dizem ter medo de deixar seus bebês sozinhos com os maridos, que só elas dão o banho corretamente ou mesmo que apenas elas sabem fazer o bebê dormir. Será que estamos dando a oportunidade dos pais serem efetivamente participativos, ou sempre tomamos a frente quando o bebê não para de chorar em seu colo?

Sei bem o que é ouvir seu bebê chorado enquanto está no colo de alguém, ainda que seja o pai. Parece que temos alguma programação interna que nos faz ter vontade de tomá-los dos braços de quem quer que seja, para acalmá-los. E é comum que o bebê se acalme mais rápido com a mãe, mas pense que, por mais dedicada que ela seja, nem sempre estará presente para fazer esse trabalho.

Nos momentos em que o meu alerta vermelho de “bebê chorando nos braços do pai” acende, tento respirar fundo e lembrar que ele está fazendo o máximo que pode para confortá-la (assim como eu faria), até porque ele é tão interessado quanto eu no seu bem estar. Nessas horas é difícil se manter afastada, mas realmente acredito que essa seja a melhor forma de reforçar o vínculo entre o bebê e o pai. E pasmem, muitas vezes ele consegue acalmá-la mais rápido que eu!

Há também quem alegue que o pai “não faz tão bem feito” ou que “não sabe fazer nada direito”. Para essas pessoas eu indico as seguintes reflexões: ele teve tempo e oportunidade de aprender? É realmente o jeito errado ou apenas diferente do seu?

É importante lembrar que nós mães também não nascemos sabendo trocar fraldas ou a fazer o bebê dormir. Nós aprendemos, dia a dia. Claro que na maioria dos casos a mãe passa mais tempo com os filhos que o pai, e isso acrescenta algumas horas de experiência. Acontece que se todos os dias você tomar a frente da hora do banho, como o pai vai aprender que tem de lavar todas as dobrinhas do bebê?


Sendo assim, minha proposta é a seguinte: todas as vezes que ele te passar o bebê porque acredita que não sabe fazer algo, o apoie. Todas as vezes que o bebê chorar em seu colo, confie que ele vai conseguir acalmá-lo. Todas as vezes que você achar que pode resolver o problema mais rápido ou com mais qualidade, pense que com o tempo ele vai ganhar a mesma habilidade que você.

Lembre-se que pais não ajudam as mães, eles criam os filhos juntos e pra isso precisam conhecer os pequenos tanto quanto elas!

Até a próxima!

Ana Cecília Calvente

Photo Credit: Andre Taal via Compfight cc

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Escrito por Ana Cecília Calvente

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