O que é Doula? - Semana da (não violência contra a) Mulher



Olá, mamães e papais!

No quarto post da nossa série “Semana da (não violência contra a) Mulher” daremos sequência ao assunto “Violência Obstétrica”.

Para ler os outros posts da série, acesse:
Violência psicológica | Violência obstétrica | Amamentação pós-parto

Dessa vez, trazemos para o debate Ellen Infante, que trabalha como doula há quatro anos. O motivo que a fez escolher essa carreira foi justamente ter sido mais uma vítima do sistema, sendo submetida a uma cesárea desnecessária. Seu objetivo como profissional é evitar que outras mulheres tenham experiência semelhante à sua.


Ellen relata “Sempre quis ter um parto normal, achei que estivesse me preparando para um parto normal, mas acabei sendo mais uma vítima do sistema obstétrico brasileiro.” 

O que é uma doula?

Doula é o nome dado à mulher/profissional que conhece e compreende a fisiologia do parto, além de ser capacitada a oferecer suporte físico e emocional na assistência ao parto.

O que a doula faz e o que ela não faz?

A doula acompanha a gestação, oferecendo suporte emocional, esclarecendo dúvidas sobre a gestação, trabalho de parto, puerpério. Auxilia na preparação para o parto através de exercícios físicos e respiratórios. Durante o trabalho de parto a doula serve única e exclusivamente à mulher/parturiente, oferecendo medidas de alívio da dor (NÃO MEDICAMENTOSA) como massagens, sugere posições e no puerpério orienta quanto à amamentação e cuidados com o bebê. A doula NÃO realiza ausculta fetal, NÃO realiza exames de toque, NÃO substitui médico e/ou enfermeira obstetra ou obstetriz, pois NÃO realiza nenhum procedimento técnico.

Vemos na internet que muita gente (em muitos casos, após realizar cesárea) buscam doulas para auxiliar no parto do segundo filho. Por que você acha que isso acontece?

Acredito que porque elas já queriam um parto natural anterior e lhes foi “tirado” pelo sistema, e quando descobrem isso querem participar da mudança. Outras porque descobrem o quanto um parto normal é benéfico para o binômio mãe-bebê e outras porque tiveram algum tipo de “complicação” na recuperação da cirurgia.

Você acredita que a presença da doula inibe a violência obstétrica?

Hoje em dia, como é um assunto que tem sido mais falado, as pessoas estão tendo mais idéia de que a violência existe e está presente, inibe um pouco sim.



Muitos hospitais barram a presença da doula. Por que isso acontece e por que não deveria acontecer?

Muitos ainda barram pois não conhecem a real função da doula e pensam que podemos “tirar” o trabalho deles, nos enxergam como concorrentes e não como aliadas, e se parassem para pensar veriam que é bem o contrário, conseguimos na verdade, é facilitar para todo mundo. Isso não deveria acontecer pois é preconizado pela OMS que a mulher tenha direito a parir onde se sentir segura e com pessoas que ela se sinta segura. A doula é de livre escolha da mulher.

Infelizmente, nem todos podem (por questões financeiras ou demográficas, como não haver doulas na cidade em que vive) ter o auxílio de uma doula. Nesse caso, como evitar a violência?

Informação. Precisa de muito estudo, muita informação. Hoje em dia é mais fácil. Quase todos acessam a internet e conseguem acessar grupos de apoio ao parto humanizado, mesmo que de forma virtual, e ter acesso à muitos conteúdos informativos. A informação é a base de tudo.


Tenho que concordar com a Ellen: A informação é a forma mais eficaz de combater a violência obstétrica. Afinal, se você chegou até uma doula, é porque pesquisou antes sua importância.

A Ellen hoje atende no recém inaugurado Espaço Partejar, que fica em Santos, na Rua Bahia, 86.
Telefone para contato (13) 98838-8034. Ela também faz parte do Partejar Santista, que é um grupo de apoio ao parto humanizado que oferece encontros e oficinas no Espaço Partejar.

Espero que esse post tenha sido esclarecedor. Vamos combater essa violência juntos, só a informação pode nos ajudar :)
Um beijo e até amanhã!
Verônica Ponce


Leia mais:
• Relato de Parto Humanizado pelo SUS - Vanessa Leal
• Amamentação Após o Parto
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Escrito por Verônica Ponce

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