Recentemente tenho me queixado muito de dores pélvicas, mesmo não sabendo exatamente o que era ou como pesquisar para que essa dor melhorasse. É muito comum sentirmos como se a bacia estivesse se abrindo nesse período. "Por que sinto dor na bacia durante a gravidez?" Essa já era uma pergunta que eu tinha na primeira gestação, mas acreditava ser normal, pois sentia que era meu corpo se preparando para dar passagem ao bebê - e realmente era. Agora minha dúvida é: até onde é normal sentir essa dor na pelve?
Dor ou desconforto?
Eu senti as duas coisas. Na primeira gestação, a "abertura da bacia" me gerava um baita desconforto. Era uma pequena dor que incomodava, mas dava pra levar. Sabe aquela dor de cabeça chata mas que não te impede de fazer nada? Era essa a definição. Já nessa segunda gestação, sinto uma dor tão intensa que não consigo andar, levantar rapidamente da cadeira ou me virar de um lado para o outro quando estou deitada na cama. Se fosse para fazer a comparação, essa dor seria igual a enxaqueca, que não te permite pensar ou fazer mais nada.Mudanças corporais
Durante essas 40 semanas, o corpo da mulher passa por diversas mudanças, inclusive em relação a localização dos órgãos e a formação dos ossos. A pelve é esse osso aqui embaixo e é comumente conhecida por "bacia". Ele é composto pelo osso do quadril (formado por ílio, ísquio e púbis), pelo sacro e pelo cóccix. Esse último você já deve conhecer, afinal, quem nunca sentiu dores nessa região?No decorrer da gestação, o nosso organismo produz um hormônio chamado Relaxina, que é responsável pelo amolecimento das articulações pélvicas e das suas cápsulas articulares. Esse amolecimento faz com que tenhamos maior flexibilidade, pois diminui a união dos ossos da pelve. Em outras palavras, ele deixa essa articulação "frouxa" para facilitar a passagem do bebê durante o parto. Além da Relaxina, o peso também aumenta a pressão nos órgãos e músculos da região da pélvis, ou seja, quanto mais desenvolvida estiver sua gravidez, mais pressão sua pélvis sofrerá.
Essa mudança é bastante favorável, pois indica que seu corpo está sendo preparado naturalmente para o parto. No entanto, pode ocorrer algumas complicações - e é sobre elas que quero conversar com vocês, pois creio que a gestação é um momento para ser curtido, e não para ser sofrido.
Por conta do relaxamento e da flexibilidade da articulação, pode haver um desalinhamento dos ossos. Esse atrito é o que faz a dor acontecer, pois cria uma pequena inflamação. Depois de muito pesquisar, descobri que o nome exato para o que eu estava sentindo era Disfunção da Sínfise Púbica (ou dor da cintura pélvica).
Sintomas
• Dor latente na área dos quadris e/ou púbis• Dor nas nádegas
• Dor na virilha
• Dificuldade para andar
• Dor ao virar de um lado para o outro da cama
• Dor na região da pelve ao ficar muito tempo sentada ou em pé
• Dor ao se levantar da posição sentada
Quando essa dor surge?
Tem mulheres que relatam a dor logo no início da gestação, porém é mais comum ao final, quando a barriga já está maior e mais pesada. Também é comum que essa dor surja apenas alguns dias antes do parto.E quando a dor vai embora?
Geralmente a dor termina após o nascimento do bebê. Caso você continue sentindo dores, o ideal é relatar seus sintomas ao médico para ver a necessidade de fisioterapia. Algumas práticas (descritas abaixo) também colaboram nesse momento e você não deve abandoná-las caso ainda sinta desconfortos.Como tratar?
Durante a gestação, é bastante difícil cuidar dessa dor. O médico poderá sugerir o uso de medicamentos analgésicos para os momentos em que a dor estiver forte, porém o uso de anti-inflamatórios não é eficiente, vez que a causa da dor (hormônio relaxina + peso da barriga) ainda estará presente até o fim da gestação.Práticas que inibem a dor
• Evitar ficar muito tempo na mesma posição (este costuma dar certo para mim)• Evitar fazer esforços físicos, como carregar peso ou pegar coisas no chão
• Massagens e alongamentos
• Utilizar cintas para grávidas (cinta de sustentação e calcinhas com reforço para a barriga)
• Fazer exercícios de Kegel (você pode acessar este link e conhecer os benefícios)
• Realizar atividades físicas de baixo impacto, como hidroginástica, pilates e ioga
• Em alguns casos, o médico pode recomendar que seja realizada a fisioterapia
• Usar sapatos baixos e confortáveis, assim terá um melhor equilíbrio do corpo
• Para dormir, coloque uma almofada entre as pernas
• Evite colocar o peso do corpo em apenas uma pena. Se você está com essa dor, é possível que tenha sentido uma dessas "fisgadas" enquanto vestia sua roupa.
• Cruzar as pernas também deve ser evitado - E quem é que consegue cruzá-las no fim da gestação? Eu já desisti...
Minha perspectiva
Pois é, descobrir o que está me incomodando (e até mesmo incapacitando de andar às vezes) não fez com que eu parasse de sentir dor, mas fico aliviada ao saber que em breve ela irá embora e também me sinto mais confortável ao saber os motivos e causas. Já comecei a evitar a mesma posição por muito tempo, até mesmo porque trabalho sentada (e esta parece ser a pior posição para mim) e tenho sentido certa melhora. Sinto que nos dias que fico com meu filho mais velho no colo por mais tempo, as dores também aumentam.Acho que é interessante cada pessoa tentar as práticas que escrevi acima e ver o que melhor se adéqua a sua rotina. Espero que esse post ajude vocês a ter um pouquinho mais de qualidade de vida durante esse momento tão precioso.
Um beijo,
Verônica.
Para elaborar esse texto, conferi diversos sites e você pode conferir as fontes, caso queira.
São elas: Tuasaude, Guia da Grávida, Wikipedia e Babycenter.
Eu senti exatamente todos os sintomas 😂
ResponderExcluirDesde o início do segundo trimestre. Não foi fácil. A dor na virilha era o que mais me incomodava, o mais difícil era ter que evitar pegar meu outro filho no colo, ja que ele tinha só 11 meses quando engravidei do segundo, mas era muito pesado, pois com 1 ano ele já tinha 13kg.
Ainda bem que passa😂😂😂
Ellen, que judiação! Imagino sua situação, viu. Aqui meu filho já tem 2 anos e pesa 12,5kg, mas pede colo igual bebê hauahuaha Ainda bem mesmo que passa!
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