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| Cesariana com segurança somente após 39 semanas. |
Muito se debate sobre as cesáreas realizadas no Brasil - e isso não é pra menos. Somos um dos países com as maiores taxas de parto cesárea, declarado em aproximadamente 53% em 2011. O grande problema desse número é que as cesáreas não são de emergência ou sequer necessárias, mas sim eletivas e, em muitas vezes, não respeitam o tempo gestacional.
Isso significa que mais de metade dos bebês têm seu nascimento adiantado, o que pode trazer sérias consequências para a mãe, mas mais ainda para o feto. Bebês que nascem antes da hora têm maiores chances de desenvolver problemas respiratórios, se alimentar e manter a temperatura de seus corpos. A icterícia também costuma aparecer com maior frequência nesses recém-nascidos e, nos casos mais graves, pode gerar danos cerebrais, visuais e auditivos.
A idade gestacional no Brasil não é respeitada e por isso muitos bebês nascidos através de cesarianas eletivas vão direto da sala do parto para a Unidade de Terapia Intensiva (a temida UTI) - e lá ficam internados por dias, semanas ou até mesmo meses. Infelizmente, nem todos se recuperam e vêm a óbito.
Foi pensando justamente em proteger o feto que o Conselho Federal de Medicina adotou novos critérios para a realização de parto cesariano. Em nenhum momento eles têm a intenção de retirar a autonomia da mãe, que ainda poderá escolher ter seu parto normal/vaginal ou cesárea, porém deverá aguardar até pelo menos 39 semanas, quando se inicia a gestação a termo. É divulgado que a partir das 37 semanas o bebê já está maduro, porém pesquisas apontam que muitos problemas de saúde ocorrem justamente entre o grupo de bebês nascidos antes de 39 semanas.
A decisão do CFM ainda foi baseada em fontes do Instituto Nacional (norte-americano) de Saúde da Criança e Desenvolvimento Humano (NICHD), que reforça que "entre 37 e 39 semanas o bebê atravessa uma fase crítica de desenvolvimento do cérebro, dos pulmões e do fígado" e que "poucas semanas fazem uma grande diferença". Por isso o importante é se manter sempre informada, pois essas semanas são críticas para o bebê, que ainda está em fase de amadurecimento para, enfim, nascer e viver saudavelmente fora da barriga.
Além de vetar o parto cesariano antes das 39 semanas, o CFM também orienta que o médico e a paciente discutam sobre os tipos de parto a fim de definirem juntos a melhor opção, explicando os riscos e benefícios de cada um, assim como suas consequências. As gestantes que ainda assim optarem pela cesárea deverão assinar um termo de consentimento.
Particularmente, achei incrível esse veto. É muito triste pensar que uma prática que salva vidas também coloca muitas em risco. Espero que, dessa forma, mais gestantes se informem sobre os benefícios e males da cesárea e possam optar por seu parto com maior autonomia, pensando sempre no bem-estar e saúde de seu bebê.
E vocês, o que acharam?
Um beijo,
Verônica.
Leia a decisão na íntegra aqui.
Photo Credit: milenamphoto via Compfight cc
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