O que é essencial é invisível aos olhos | Mães em Luta


A obra literária e o filme de "O Pequeno Príncipe" são bem diferentes uma da outra, porém as duas dizem muito sobre nós e os nossos filhos.

Muitas vezes, na busca de oferecer sempre o melhor para os nossos pequenos, esquecemos do que realmente é essencial, aquilo que não podemos ver ou tocar, apenas sentir. Falarei especificamente do filme, que é lindo e emocionante. Se você ainda não assistiu, fica aí a indicação para você assistir com os seus filhos no próximo final de semana.

O filme conta a história de uma mãe solteira e uma filha (muito semelhante ao mundo atual). A mãe, assim como muitas de nós, trabalha sozinha para sustentar sua filha e oferecer o melhor: uma casa boa, uma escola de alto nível e um futuro brilhante em uma carreira de sucesso e para que isso aconteça ela traça um plano de vida para a garota, porém acaba se tornando uma mãe fria, calculista, obsessiva e controladora.

Entretanto, um acidente provocado por seu vizinho faz com que a hélice de um avião abra um enorme buraco em sua casa. Inicialmente a garota, que já estava tornando-se uma cópia da mãe, não quer se envolver muito com este senhor estranho, porém ele começa a enviar pedaços da história de “O Pequeno Príncipe” e a garota encontra miniaturas dentro do pote de moedas que ele entrega a ela para que arrume o buraco da parede. Logo tomada pela curiosidade (característica nata das crianças) conhece e se torna amiga de seu novo vizinho que vai lhe contando a história de um pequeno príncipe que vivia em um asteroide com sua rosa e com sua amiga raposa. Assim a garota não seguirá o plano de vida estabelecido pela mãe e duas histórias lindas se misturam.

Vale lembrar que embora tenhamos que buscar sempre o melhor para os nossos filhos, não podemos esquecer que eles são seres humanos e que por mais que você trabalhe sozinha, como venho reforçando em textos anteriores, você jamais deve esquecer que os seus filhos precisam de muito mais que conforto para viver e que, assim como nós, na hora de escolher os seus caminhos, vão escolher e nós teremos que aceitar. Não estou dizendo aqui que eles devam ser livres, afinal precisam de um norte.

A discussão que quero fazer aqui é a seguinte: Será que o que julgamos ser essencial para os nossos filhos basta? Reitero que o essencial é invisível aos olhos certo? Amor, carinho e respeito não se compram em uma prateleira dentro de um vidro, não é? É o essencial que não podemos ver. Esta frase que foi escrita brilhantemente por Saint Exupéry em 1943 e é usada até hoje para ressaltar a importância dos sentimentos e do caráter no dia a dia.

Lute para dar o melhor aos seus filhos, mas ensine-os que, embora devam ter um plano de vida, eles podem sim escolher, errar, mudar de ideia e replanejarem suas vidas caso seja necessário. A vida não pode ser colocada em um metro quadrado e definida como se nada pudesse dar errado. Tenha consciência que, assim como você, o seu filho também vai errar, talvez até sofra, porém será este sofrimento que fará dele um ser humano melhor. Claro que não é o que queremos, mas... Cada um vive uma vida individual. E você, o que fará? Estará aí sempre que eles precisarem para acolher e aconselhar, pois além de cada um ser responsável por aquilo que cativas, o que é essencial é invisível aos olhos lembra? E isso ninguém vai tirar de você.

Regiane Ree
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Escrito por Regiane Ree

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