Bom dia a todos os pais e mães que nos acompanham.
É com muito orgulho que iniciamos a “Semana da (não violência contra a) Mulher”, que contará com uma série de cinco posts sobre o tema. Essa semana dedicamos nossas postagens a um tema que ainda é considerado um tabu na nossa sociedade: A Violência Contra a Mulher.
Apesar de ser tão debatido, muita gente ainda tem vergonha e até receio de falar sobre o assunto. Nós acreditamos que este tipo de comportamento é inaceitável em uma sociedade que se diz moderna, portanto deve ser foco de discussão. Neste primeiro falaremos sobre abuso psicológico.
Você sabia que 1 a cada 3 mulheres sofrem de abuso psicológico?
Pois é, por mais gritante que seja esse número, por que será que não “ouvimos” ou vemos esse tipo de assunto sendo discutido abertamente, ou até mesmo em jornais e outros veículos de comunicação? A resposta é simples: Porque esse tipo de violência é INVISÍVEL! E quando digo essa palavra, gostaria de explicar melhor. Quando falamos em violência, é muito comum que o primeiro pensamento que nos venha à cabeça seja a agressão física, porque essa violência deixa marcas no corpo, ou seja, ela é VISÍVEL. A violência psicológica não tem forma, mas ela existe.Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), se entende violência psicológica como:
“Qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.”
Depois de ler esse ultimo parágrafo, aposto que te vieram à cabeça dois pensamentos, não necessariamente nesta ordem:
1. Eu já fui vítima de violência psicológica;
2. Eu já pratiquei violência psicológica (intencionalmente ou não).
Se você já havia percebido esses dois itens antes de ler aqui, parabéns! São poucas as pessoas que conseguem identificar que foi vítima ou que praticou a violência. Se você não havia percebido, fico contente de poder “abrir seus olhos” para essa realidade. A verdade é que a violência psicológica sempre existiu, mas nunca foi encarada como um problema, e sim como um comportamento aceitável.
Você ainda pode estar se perguntando “se todos nós somos vítimas (homens e mulheres), por que dedicar às mulheres essa postagem?”. Te explico: Em 2013, o Instituto Avon/DataPopular realizou uma pesquisa a fim de revelar alguns dados sobre homens que praticam violência psicológica. Foram entrevistas 1500 pessoas, sendo dois terços homens. Eis o resultado:
“Em relação à violência moral e psicológica, do total, 956 homens admitiram ter xingado (53%), ameaçado com palavras (9%), humilhado em público (5%) e impedido a mulher de sair de casa (35%). Entretanto, 995 homens acreditam que, para esse tipo de violência, não é necessário denunciar ou chamar a polícia. Não acham correto que a mulher procure ajuda na delegacia da mulher ou na polícia por ser xingada (6%), ameaçada com palavras (39%), humilhada em público (31%) ou ter sua liberdade de ir e vir cerceada (35%).” Ficou claro agora o motivo de nós falarmos da violência contra a mulher?
Pense da seguinte forma, se todos estes homens que foram entrevistados fossem pais, que tipo de exemplo vocês acham que eles dariam aos seus filhos? No caso dos meninos ensinariam que é normal ou aceitável que a mulher seja menosprezada e submissa. Para as suas filhas, ensinariam que elas nada mais são do que seres inferiores e que devem ser tratadas como tal. É esse o tipo de exemplo que queremos passar às futuras gerações? Como pai, tenho certeza que não é esse tipo de edução que passo ao meu filho…
Podemos notar então que a violência contra a mulher pode ser combatida de duas formas:
1. Reeducando aqueles que exercem o ato de violência;
2. Ensinado as futuras gerações que este tipo de prática é inaceitável.
Quando falo em reeducar um agressor, acredito que primeiramente se deve entender o que o levou a praticar tal ato, pois ninguém age partindo do pressuposto que está errado. Para estes homens, o que eles fazem é normal, por isso a necessidade de desconstruir esse paradigma impregnado na nossa sociedade.
Já o segundo caso nos interessa bastante. Afinal, somos pais e mães querendo educar nosso filhos, porém temos que ter em mente que é impossível ensinar uma criança algo que os próprios pais não acreditam ou façam.
Esse post foi mais amplo, pois queríamos fazer uma introdução a esse tema tão complexo e importante a ser debatido. Nos próximos dias falaremos especificamente da violência obstétrica, que mistura bastante a violência física com a psicológica. Acompanhe! Quanto mais soubermos, mais conscientes seremos.
Vamos mudar o mundo. Uma pessoa de cada vez!
Menos violência e mais amor, por favor.
Vitor Hugo Massoni
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