Comunicação entre mãe e bebê
O primeiro ambiente que conhecemos é o útero de nossas mães, nos relacionamos com ele e respondemos aos seus estímulos, ali nossas primeiras percepções do mundo são geradas e, dessa forma, já começamos a definir alguns de nossos comportamentos ainda no mundo intra-uterino.Me lembro de ler uma história que contava que os patinhos, ainda dentro dos ovos e sendo chocados, aprendem o som do grasnar da mamãe pata. Quando os patinhos nascem eles conseguem identificar e seguir a mãe pelo som que eles aprenderam ainda dentro dos ovos. Se são privados de escutar o grasnado na mãe, eles não saberão identificá-la ao nascerem. O som do grasno de sua mãe é essencial para sua sobrevivência ao nascer.
Quando ouvi essa história fiquei arrepiada de pensar na interação da mãe com o bebê: na história dos patinhos temos que considerar que eles estavam fora do organismo da mamãe e ouvir a sua voz era imprescindível para sua sobrevivência. Quando pensamos em humanos, vemos que essa relação é muito mais íntima, porque o bebê fica dentro do corpo da mãe durante toda sua formação, recebendo alimento da mãe, recebendo suas emoções e seu afeto.
Dessa forma, quando falamos de comunicação mãe-bebê ainda na gestação, é algo que está muito além da comunicação pela voz e pelo tato, é uma relação de intensa troca, uma experiência de unidade. Podemos definir “tipos” de comunicação entre a mãe e o bebê. Vamos ver como acontece essa interação:
Comunicação fisiológica
Hoje sabemos que a placenta não é exatamente uma barreira protetora do bebê, sabemos que ela não filtra substâncias nocivas, como o álcool, a nicotina e tabaco, drogas, medicações, etc. Todas as emoções que sentimos fazem parte de um processo bioquímico que causam alterações neuro-hormonais. Na comunicação fisiológica, as emoções da mãe são vinculadas às do bebê, os neuro-hormônios liberados no organismo da mãe passam para o corpo do bebê pelo cordão umbilical, assim como qualquer outra substância, influenciando diretamente o seu estado emocional. Dessa forma o bebê pode sentir o estresse de sua mãe, a angústia, o medo, a melancolia, assim como sentimentos bons também, como a alegria, o amor, a excitação.Comunicação empática
Quando a mãe entra em depressão e se perde na sua tristeza, ela deixa de estar disponível para o bebê. Na comunicação empática falamos de disponibilidade afetiva. Aqui entra o contato pela voz, pelo toque, pela demonstração de carinho, aqui é onde a mãe investe afeto no bebê, o ampara e o traz segurança. É importante reservar um momento para fazer essa interação, esses momentos podem amenizar os “sustos” que o bebê leva no cotidiano da gravidez que nem sempre é um mar de rosas, já que existem muitos momentos de estresse e outros sentimentos que, como vimos, influenciam diretamente o estado emocional do bebê.É importante que a mãe converse com o bebê nos seus momentos negativos, como quando sente angústia e medo, isso vai ajudá-la a manter sua saúde emocional. Ao falar com o bebê a intensidade dos sentimentos negativos diminuem e de certa forma começa-se a estimular um espaço de intimidade onde a mãe mostra para o bebê suas fraquezas e espera que ele entenda, claro que o bebê irá simbolizar isso depois, mas já é uma forma de instigar o sentimento de empatia na criança e de começar a criar e fortalecer o vínculo entre a mãe e o bebê.
O pai também participa dessa comunicação. Primeiramente o bebê percebe que existe alguém que exerce uma influência sobre a mãe, causando nela uma série de sentimentos que acabam sendo percebidos pelo bebê, posteriormente o feto já cria sua própria experiência quando sente a figura paterna por perto. Essa comunicação é importante para que o bebê se sinta amado, respeitado e principalmente desejado também por outras pessoas além de sua mãe.
Concluindo
O grande perigo na comunicação entre a mãe e o bebê é quando a criança não se sente compreendida em suas necessidades, isso gera um sentimento de rejeição. As horas que sucedem o nascimento também são importantes para consolidarem o vínculo maternal. Uma comunicação mais próxima e carinhosa é necessária para que o feto se sinta desejado e amado.via Compfight cc
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