E se eu não der conta de ter um filho?
Percebo que um dos maiores medos está relacionado à insegurança do “dar conta de ser mãe”, e isso aparece tanto na gravidez planejada quanto na gravidez inesperada. A preocupação de se tornar mãe muitas vezes surge como medo do desconhecido, o que é natural. Sempre que estamos diante de uma nova situação sentimos receio da nossa capacidade de enfrentá-la. Porém muitas dessas inseguranças estão relacionadas com falsas ideias que temos de nós mesmos e na dificuldade de reconhecer nossa grandeza e nossa força de lidar com o novo.Se você for parar para pensar, já sentiu algum tipo de receio quando mudou de emprego, mas com o passar de alguns dias ou semanas após aprender sua nova função era como se já fizesse aquela atividade há anos! Se tornar mãe não é muito diferente, claro que tem um serzinho vivo que depende de você para sobreviver, mas algumas semana após o parto você já vai perceber o ritmo do seu bebê e se adequar a ele.
E se preocupar em ser uma boa mãe é um ótimo sinal porque mostra que você tem a ideia da responsabilidade que é trazer uma criança ao mundo e reconhece que ela precisa de você para sobreviver, primeiramente, e depois para aprender sobre o mundo. Muitas das melhores mães que eu conheço são aquelas que se preocuparam em não ser boas mães, então saiba que essa preocupação vai te fazer ser uma mãe melhor do que imagina.
E se eu ficar depressiva durante a gravidez?
Outro grande medo das futuras mamães é o de desenvolver depressão durante o período de gestação. É comum esperar que a gravidez traga um enxurrada de alegrias, mas nem sempre é assim. A realidade pode ser inferior diante da expectativa e a partir daí se desencadeia um processo depressivo.Mulheres que tem histórico depressivo apresentam maior probabilidade de desenvolverem um quadro depressivo na gravidez. Por isso mantenha sempre diálogo com seu obstetra tirando todas as dúvidas acerca da gravidez e peça a indicação de um psicoterapeuta se achar necessário. Tente sempre estar perto de pessoas que você goste e que lhe traga paz, não guarde somente para você o que está sentindo, compartilhar e falar sobre as tristezas ajudam a curá-las. A depressão é uma doença séria que merece cuidado e atenção, então não tenha medo de pedir ajuda. Em outros textos aprofundaremos mais no assunto da depressão em casos que precisam de medicamentos e acompanhamento psicoterapêutico.
E se eu tiver um aborto espontâneo?
O aborto espontâneo também é uma das maiores preocupações das mulheres grávidas, o maior índice de aborto acontece ainda no primeiro trimestre da gestação. O aborto natural não é muito incomum de acontecer, cerca de 20% das gestantes sofrem um aborto espontâneo. A causa geralmente está relacionada à má formação do feto, algo que está fora do controle da mãe. O aborto é uma fatalidade e infelizmente acontece, no caso de acontecer com você não se culpe e se permita ficar triste pela perda.Uma das minhas maiores preocupações enquanto psicóloga é perceber que muitas mulheres que sofreram de aborto natural não se permitem ou não foram permitidas vivenciar esse luto, muitas vezes porque acreditam que o bebê ainda estava em formação e nem poderia ser considerado um ser humano ainda, ou seja lá por qual desculpa seja inventada para aliviar a tristeza. Entretanto, a partir do momento em que se descobre a gravidez, um vínculo muito forte já une a mãe ao bebê: existe uma idealização da chegada da criança e uma preparação para recebê-la. Um aborto natural é muito mais que a perda de um bebê, para muitas mulheres também é a perda de um sonho. Esse tema merece atenção porque pode desencadear processos emocionais que dificultam a tentativa de uma nova criança, além de movimentar na mulher sentimentos de incapacidade. Esse tema também será desenvolvido com maiores detalhes em outra oportunidade.
E o parto? Será que vai doer?
Primeiramente devemos lembrar que o parto é também um processo natural. O corpo sabe o que fazer para que o bebê nasça. Tente imaginar quantas mães nesse mundo já deram a luz. Para aliviar a ansiedade e o medo do tão esperado momento, converse com outras mães e pergunte como foi para elas a experiência do parto. Hoje existem várias formas de aliviar a dor, o importante é escolher uma equipe de qualidade para garantir a sua segurança e a do bebê.Não são somente esses medos e inseguranças que atormentam os pais e mães, em outros textos falaremos de outras mudanças que também deixam o casal receoso e inseguro. Mas como foi dito no início do texto, essas inseguranças são importantes e fazem parte do processo de gestação, então tente não se preocupar além da conta e tenha sempre por perto pessoas de confiança com as quais você possa dividir a experiência fantástica (e as vezes assustadora) de estar grávida.
Abraços! E até breve!
Iara Borges
Photo Credit: kellyhackney1
via Compfight cc
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